Eram tantos desejos,eram mesmo muitos,tantos dias,tantas conversas,tantos beijinhos,tanto mimos,que parece que esgotaram-se,a fonte onde normalmente apareciam secou,sem deixar rasto do seu passado.Eram mesmo muitos,muitas palavras,poucos actos,mas maiores eram as vontades.Nunca fiz promessas,porque eu sabia que um dia eu tinha de partir,só não estava a espera que fosses tu a ir embora. Tentei me mentalizar que um adeus como aquele era para sempre,juro que tentei,enfiei na cabeça o impossível,mas a alma,essa rasgava e gritava por todo o lado onde passava,estava triste,perdeu quem amou definitivamente,pobre alma penso eu,tinha tudo,mas tudo é o antónimo de sempre,pelo menos no meu dicionário passou a ser.Não guardava datas,nunca precisei,sempre me foram,vamos dizer "coisas a mais só para ocupar espaço no cérebro",apenas isso dizia sempre para mim própria,e lá está outro 'sempre',essa palavra sim é o meu arrependimento,o meu erro,eu sempre lhe disse,"querida alma,nada dura para sempre",e repetia para ele,"pobre coração não caias mais uma vez na ilusão",mas nenhum me deu ouvidos.Hoje ele está magoada,a pobre alma vagueia pelo túneis da escuridão,ela vê uma luz,mas nunca se aproximasse o suficiente para tocar-lhe.Ela nascera num mundo de algodão doce,tudo era bom,tudo mesmo,então caiu nas traiçoeiras manhas do coração,pobre alma  só queria ver mais de perto,e prontos,ficou enfeitiçada,apaixonou-se por outra alma,mais viva esta, diferente caracterizava a minha alma,apaixonou-se,e acabou por afogar-se na própria ilusão que criou,que acabou por ficar mágoa,desilusão total.Agora está fria,prometeu a si própria não voltar a amar ninguém de novo,não alguém que não seja como ele.