Eu estou sozinha. O mundo é um lugar sozinho e toda a minha vida eu andei por ele assim, da mesma maneira que ando agora. Sou uma alma cinzenta e sozinha que vaguei nas rotas do planeta que chamamos de nossa casa. Isto tudo porque as pessoas magoam-me tanto que a solidão torna-se uma óptima companhia. Sou feita de carne e osso, mas tenho de fingir que sou de ferro a toda a hora. Tenho de me manter forte e indestrutível, coisa que nunca fui. Magoa ser um pilar de apoio quando precisamos de um também e não temos. Magoa sentir coisas que não deveríamos sentir, e acima de tudo, magoa tentar estar bem e não estar. Eu estou a deixar a minha muralha ir abaixo, e lentamente deixo os meus super poderes cair com ela. Estou-me a tornar na pessoa que nunca quis ser, uma pessoa que se importa com todos os sentimentos. E se eu me estiver a afogar no meio dos sentimentos reais, eu não sei até que ponto posso ir mais.