As férias duraram duas semanas. O primeiro fim-de-semana passou-se a combinar os preparativos para o almoço de turma de segunda-feira, que de seguida teve direito a um cinema. O almoço foi um total desastre, as pessoas separaram-se e ficaram em grupos em vez de tudo junto como tinha combinado. Os dias seguintes passaram-se de forma irregular, ou descansava o dia inteiro, ou alguém inesperadamente vinha falar comigo. Assim passou a primeira semana, e veio a outra segunda-feira, com o aniversário da Mariana. Esse também correu terrivelmente mal, apenas os últimos trinta minutos da festa a jogar num salão de jogos, matraquilhos e daytona é que se pode considerar aproveitados por mim. Fiquei eu e mais dois amigos meus no salão de jogos enquanto todas as outras pessoas desapareceram sem deixar rasto. Nessa noite quando cheguei a casa tive um presente muito bem-vindo à minha espera, e até fiquei contente. O resto dessa semana foi uma total agonia, parecia que o tempo passava ou demasiado lento ou demasiado rápido. Chegou então o último fim-de-semana de férias, foi passado com a maior indiferença minha existente. Era como se tudo o que havia no meu presente fosse uma réplica do meu passado, passou exactamente como um desses dias antigos, guardados em memórias numa caixinha pequena de madeira. Finalmente tinha chegado o último dia de férias, não sabia se estava feliz ou triste, afinal estava de volta ao inferno, e inferno é sempre inferno. E quando eu pensava que esse seria o pior dia, foi de longe o pior. Tive outra conversa agradável há minha espera, uma daquelas que nós nunca pensamos que vai acontecer, apenas não vai. Assim terminou as minhas férias, e por mais que este texto não signifique nada para quem esteja a ler, eu apenas posso dizer, foram as primeira férias que não eras tu que estavas na minha mente. Foram duas semanas inteiras, e eu não me lembro de teres entrado num desses dias.